Textos

O livro e meu desejo como antropóloga

15/09/2025 | Publicado em Reflexões

Enquanto o meu primeiro livro se prepara para impressão, vou me dando conta de que os anos que se passaram foram inteiros de escrita, na alma e no punho, talhando porque sinto que estou/estamos aqui. Não se passou nem um dia sem escrever, nem um minuto sem a vontade de finalmente saber como dizer o que é vital para mim. Com o livro prestes a chegar em outros lugares, vou me aproximando de assumir meus desejos mais importantes, pois todo trabalho até aqui foi o de criar uma linguagem própria e fluida para eles.

Amor. Ainda é estranho lembrar que soava piegas falar da importância do amor na construção das Ciências Sociais. Mas, não seria justo esse o ponto?

Na insistência por fazer valer esse ponto, em meu caminho como antropóloga parto da palavra compaixão para melhor compreender a própria antropologia, me dedicando aos significados plurais de “sentir com” como quem agarra a maior oportunidade de conhecer a vida profundamente.

Nesse momento, me colocar como antropóloga com tudo o que essa sabedoria tem a nos oferecer e deixar que ela reverbere é uma necessidade real, que vai além dos meus 37 anos e da breve idade dessa jovem ciência – ainda não temos nem 200 anos. O que está em jogo, para mim, é o lugar que a antropologia ocupa na história ao agregar às construções do “eu” o olhar genuíno para o “outro”, reaprendendo sobre os sentidos de nossa humanidade.

Esse tempo é tão relativo, mas na busca por um contexto, há pelo menos 15 anos me dedico à compaixão como tema de pesquisa, sobretudo buscando melhor conhecer ao outro enquanto conheço a mim – e vice-versa.

Me graduei em Ciências Sociais na Universidade Federal de Pernambuco em 2013 e em 2015 conclui o mestrado em Antropologia Social na London School of Economics and Political Science, um dos nascedouros da antropologia no mundo. Em um empenho prático como antropóloga, venho traçando diálogos metodológicos com outras sabedorias como a filosofia, a psicologia, as artes e a meditação.

Hoje proponho uma prática antropológica capaz de conectar nossos sentimentos e histórias de vida ao que temos a oferecer ao mundo.

O nome do meu primeiro livro, filho dessa caminhada, é Antropologia da Compaixão, que será lançado em 2025 pela editora pernambucana Tamuatá.

Em breve, estará disponível para pré-venda. Cliquem aqui para mais informações.

Ao compartilhar esse sonho, me libero para vivê-lo. Tomara que vocês venham junto comigo!